Neurocirurgião especialista em nervos periféricos

Dr. Ricardo Felipe dos Santos
CRM: 71871 - RQE: 53902

DOR NEUROPÁTICA

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DOR NEUROPÁTICA

Dor neuropática

O que é?

A definição de dor pode parecer, em um primeiro momento, bobagem. Afinal, todos sabem o que é dor. Todos experimentamos dor em algum momento da vida, de alguma forma ou intensidade. Certo?  isso não é verdade. O entendimento sobre o que é a dor mudou muito com  os avanços nas pesquisas nessa área .O entendimento atual, segundo a Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP)  , a dor é, por definição :  “uma experiência sensitiva e emocional desagradável associada, ou semelhante àquela associada, a uma lesão tecidual real ou potencial” .

É uma experiência sensorial subjetiva, extremamente pessoal, ninguém sofre ou experimento uma dor, qualquer que seja, da mesma maneira. Além disso, nossa dor está sujeita há múltiplas influências quer de origem ambiental, biológicas e principalmente psicossociais.

A dor tem um papel adaptativo em todos nós. Sua função é sinalizar que algo não está certo e nos fazer tomar uma providência. Pode ser indicando que estamos tempo demais no sol, que o cabo da panela está quente demais ou que algo é pontiagudo demais e que vai nos machucar ou mesmo que algo dentro de nós não vai bem quando temos cólica ou uma dor de cabeça. Ainda sim, nem toda dor é um sinal de outra coisa. Muitas vezes a dor pode ser a doença em si.

Como funciona nosso sistema de dor?

Como falamos acima, nossa experiência de dor é muito pessoal . Nosso sistema nervo tem um sistema específico para captar e processar experiencias. Um sistema específico, chamado sistema nociceptivo, é responsável por captar sensações nocivas e transmitir as partes do corpo que tomam decisões. É um sistema bem complexo.

Simplificadamente, basicamente todos nós temos nervos sensitivos, ou seja, nervos específicos para captação de sensações no corpo todo. Quando tocamos em algo muito quente, muito pontudo ou algo nos machuca, sensores na pele e em outras partes levam essa informação pelos nervos até a medula.

Dependendo do estímulo uma ação pode ser tomada diretamente na medula. Quando encostamos em algo quente, por exemplo, retiramos a mão imediatamente , muitas vezes mesmo antes de sentir dor. Isso se deve pois a sensação é processada mesmo na medula que ativa um reflexo para retirar a mão ou o pé. É um reflexo muito rápido que é acionado mesmo antes da informação chegar em nosso cérebro.

As informações que chegam até a medula cruzam a medula e sobem por essa do lado contrário, ou seja, informações do braço direito, por exemplo, sobem pelo lado esquerdo da medula. No cérebro a informação é processado em múltiplas regiões do cérebro como regiões que interpretam se a sensação é nociva ou não e áreas ligadas as emoções. Isso explica a razão da dor afetar e ser afetada por tantos aspectos.

A dor como doença

Vimos que a dor é uma experiência desagradável e muito subjetiva. Possuímos um sistema complexo para interpretar sensações como dor que é processada desde superfície externa e interna do nosso corpo até diversos instâncias do nosso sistema nervoso. A dor nos motiva a agir de moto a corrigir uma experiência ou sensação danosa ou potencialmente lesiva.

No entanto, as vezes a dor pode não funcionar como um sintoma, ou seja, como um dos aspectos de uma dada doença ou enfermidade mas sim como a própria doença em si. Por alguma razão, algo não funciona bem . Isso pode ser devido a danos irreparáveis no corpo, como nas lesões por queimaduras ou nos casos de câncer. Outras vezes o que causou a dor já se resolveu mas a dor continua. Embora a causa já tenha sido resolvida, algo da errada e a dor persiste.

A dor neuropática

Um tipo de dor em especial se da quando há lesões em um dos componentes do sistema da dor do corpo, os nervos. Os nervos captam as sensações da pele e dos órgãos internos e levam para medula e dessa para ser processado no cérebro. Lesões nos nervos causam mal funcionamento desse sistema, fazendo com que a pessoa experimente dores com extremo sofrimento.

As dores neuropáticas são percebidas de maneira diferente das dores tipo musculares, aquelas que sentimentos quando nos exercitamos demais ou quando topamos com dedão na cama. É um tipo de dor lancinante, muitas vezes descritas como pontadas ou facadas ou mesmo como choques elétricos. Também pode ser percebida como dor tipo queimação, como parte do corpo estivesse queimando. Pode ser contínuo ou em surtos , com períodos de calmaria intercaladas com períodos de dor excruciantes.

Quase sempre a dor piora com o frio e durante momentos de estresse emocional.

As dores neuropáticas podem se dar por todo tipo de lesão de nervo. É muito comum nas lesões traumáticas, como naquelas causadas por cortes ou esmagamento de nervos. É infelizmente muito comum nas lesões do plexo braquial, sendo muitas vezes a parte mais debilitante da lesão. Paciente com lesão medular também experimentam dores neuropáticas. Outras vezes os nervos podem ser lesados por doenças sistêmicas como nas doenças autoimunes de caráter inflamatório ou mesmo no diabetes.

Pode ocorrer também de um nervo ficar comprimido contra alguma estrutura do corpo, ficando irritado e causando dores. Isso se deve nos quadros de síndrome da tunel do carpo, fibular e cubital. As vezes durante a cicatrização de uma ferida forma-se cicatrizes que causam essa compressão nos nervos.
Os nervos têm uma importante capacidade de regeneração que, infelizmente podem não funcionar bem as vezes. Nas lesões traumáticas dos nervos, naquelas causadas por corte, laceração ou esmagamento do nervo, durante o processo de regeneração, as fibras nervosas podem crescer de forma desordenada, desalinhadas formado um tufo de nervos emaranhados, chamado neuroma. Essa estrutura é extremamente sensível causando dores lancinantes ao mínimo toque. Esse é o mecanismo de dor de muitos pacientes vítimas de dor após acidente ou mesmo após procedimentos cirúrgicos.

 

 Tratamento para dores neuropáticas

A grande maioria das dores neuropáticas são tratadas. O mais importante é conhecer o mecanismo causador da dor.

Nos casos em que há uma compressão do nervo, as cirurgias descompressivas podem trazer grande alívio. Quando há um neuroma doloroso, a retirada desse pode solucionar o problema.

O mais importante

A dor é uma experiência desagradável e subjetiva. Todo relato de dor deve ser ouvido e respeitado. Todo paciente de dor já passou pela experiência de ter seu sofrimento menosprezado, principalmente aqueles que tem dificuldade de expressar como se sentem.

Felizmente a medicina evoluiu muito e hoje é seguro que toda dor tem tratamento.

Sou especialista nas chamadas de dores neuropáticas, dores causadas por acometimento nos nervos. Se esse é o mal que o aflinge, permita-me ajudá-lo.

Curriculo

Dr. Ricardo Felipe dos Santos

CRM: 71871 - RQE: 53902

Recuperando movimentos. Restaurando vidas.